O Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) encontra-se entre os transtornos de ansiedade mais frequentes e, por conseguinte, há maior dificuldade em buscar ajuda quando em relação a outros transtornos de ansiedade e isso se deve, talvez,  a um mal estar que apresenta menos sintomas e uma deterioração social inferior, quando comparado com transtorno de pânico, por exemplo. De acordo com uma pesquisa, Panorama da saúde mental, realizada conjuntamente entre o Instituto Cactus e a AtlasIntel, 68% dos brasileiros relataram sentimento de nervosismo, ansiedade e tensão e mais da metade da população nunca procurou um profissional da saúde para lidar com questões relacionadas a transtorno de ansiedade. Por este motivo, muitas vezes, os sintomas são interpretados como traços da personalidade que não podem ser modificados e, por esta razão, não procuram tratamento.

Segundo  DSM-5 para o Transtorno de Ansiedade Generalizada o primeiro critério para TAG é ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias, por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional) e o segundo critério, o indivíduo considera difícil controlar a preocupação. Os adultos com TAG frequentemente se preocupam com situações relacionadas ao trabalho, família, saúde, finanças, sendo essas preocupações excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial, são preocupações mais disseminadas, intensas e angustiantes, tem maior duração e frequentemente ocorrem sem precipitantes.  As preocupações geralmente são acompanhadas por muito nervosismo, fadiga, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. Algumas pessoas experimentam também expectativas e temores difusos, vagos e negativos, outros tem suas preocupações relacionadas a fracasso interpessoal ou incapacidade em diversas áreas da vida, a preocupação é caracterizada por padrões de pensamentos repetitivos que são reforçados negativamente na maior parte do tempo. As crianças com o transtorno tendem a se preocupar excessivamente com sua competência ou qualidade de seu desempenho.

No dicionário, a definição para o termo medo é um estado emocional caraterizado por uma sensação de inquietação, insegurança que surge com a ideia de um perigo real ou aparente, podendo assumir intensidade muito variável consoante as circunstâncias e ser acompanhado de reações fisiológicas diversas. Quando pensamos em transtorno de ansiedade esta definição é a mesma, mas sem a existência de causa evidente, ou melhor, pode até existir, mas não representa um risco iminente ou significativo á nossa existência. É justamente esta preocupação excessiva que causa desconforto e sofrimento. Além disso, com certa frequência este transtorno está associado a outros, como depressão, compulsão alimentar,  T

Diversos estudos, (Eficácia da TCC no transtorno de ansiedade generalizada), tem procurado avaliar o grau de eficácia de alguns tipos de terapia no tratamento da TAG e a Terapia Cognitivo Comportamental é o que se tem mostrado mais eficaz entre eles, reduzindo não apenas os sintomas ansiosos, como também os sintomas depressivos associados e a melhora da qualidade de vida.

O processo terapêutico envolve, assim como para outros transtornos, a avaliação do caso, a identificação e a correção de distorções cognitivas e a reestruturação cognitiva, ou seja, trabalha-se a mudança de distorções de pensamentos que faz o indivíduo sentir emoções ruins, chamamos de pensamentos disfuncionais que muito contribui para o transtorno. A psicoeducação tem papel crucial no tratamento da TAG, a relação terapêutica tem um aspecto pedagógico, pois o paciente, além de ser ensinado a identificar, manejar e modificar seus pensamentos e comportamentos, também recebe explicações sobre seu problema específico. O psicólogo pode fornecer informações importantes sobre o papel da intolerância à incerteza como fonte de ansiedade, assim como informações sobre as crenças distorcidas da pessoa relacionadas à preocupação e medo.

Além da terapia é muito importante uma avaliação neuropsicológica e acompanhamento com psiquiatra, caso necessite de medicação.

Psicóloga e Neuropsicóloga Mara Plati

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